A noite é uma poesia

por Michelle Sill

Cor ண




Esta cor que me persegue
Serve
Como ágil observação
Decadente, envolvente
Me faz sonhar essa
Cor sem nome.

Diz ser sensata
Cor de pano velho
Tédio cor da escuridão
Fogo acabado
Cor do intermédio.

Esclarece dualmente
Sem mais
Envaidece, fenece.
Mas não é
Cor que arde em arco
E faz a junção do mastro
Com o mar de cor azul:
Imensidão.

cOr QuE nÃo EXISTE
Me cega
E me faz triste.
Insiste
Cor de chão que não pisei.


Carta a quem espera por uma.




Longe quão do mar que aqui me trouxe
Executa em mim a culpa
De nada dizer em notícias esperadas.
Mais compreensão desejo as mentes que me esperam
Pensem na positividade dos fatos
E na ausencia me velem.
Porque nada a mim acontece de negativo
Enquanto alguém me guarda em mente.
Meu coração é créduo que a sensação é duradoura
Espero que o frio passe
E que o sol aqueça
Os sorrisos que meu rosto reflete.
Quando assim penso em quem ficou a desejar meu abraço
E em quem ainda rir lembrando de minhas piadas sem graça,
Acredito que a felicidade me cerca
E que os quadros vivos pendurados em meu mundo novo
Só me trazem aquilo que passou.
Hoje acordei feliz.
E foi bom.

Michelle Sill, São Paulo-SP, 13º.

Há manhã



E amanhã não seremos o que fomos / nem o que somos.
Ovídio



É real
O existir hoje
Agora.




 Jogo 
Dado o tempo cru
Nú e novo de outrora.



Acaba.
O tempo para.
Ora!



Eu canto,
Conto já
No encanto que jaz agora.



Só corro.
E a Dor me ata.
Morro em dó, mi.



Passou.
Passou a manhã e disse:
Não retarde o tempo, hoje é agora.



Byra Doneles e Michelle Sill